O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu um passo estratégico ao formalizar, nesta segunda-feira (7), um acordo ambicioso com a China para iniciar os estudos da construção da ferrovia transcontinental que ligará o oceano Atlântico ao Pacífico. A base do projeto será a já existente Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), em Ilhéus, Bahia, que ganhará extensão até o porto peruano de Chancay, inaugurado em abril, formando um corredor logístico de peso para o comércio internacional.

O trajeto, que começará em Ilhéus e seguirá até Mara Rosa, em Goiás, integra importantes ferrovias regionais como a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia Norte-Sul (FNS). Entre as cidades cortadas pelo percurso estão Lucas do Rio Verde (MT), Açailândia (MA) e Estrela D'oeste (SP), conectando o interior do país com a costa do Pacífico e impulsionando regiões estratégicas da economia nacional. O acordo foi assinado entre a estatal Infra S.A., ligada ao Ministério dos Transportes, e o Instituto de Planejamento da China Railway, sinalizando forte cooperação bilateral.

O fortalecimento desta parceria ocorre em meio ao contexto internacional do Brics, que na recente declaração conjunta celebrada no domingo (6) enfatizou a importância de desenvolver infraestrutura de transporte sustentável e resiliente, vital para o crescimento econômico e a conectividade global. O documento do bloco destacou o compromisso com essa agenda, reforçando a relevância de investimentos que alinham interesses ambientais e econômicos.

No âmbito local, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), durante a abertura da Bahia Farm Show no início de junho, destacou o avanço das obras da Fiol e a expectativa por uma solução definitiva junto ao governo federal. Segundo ele, o trecho 1, que chega até Caetité, está quase 80% concluído e o segundo segmento também avança. O governador manifestou esperança de que o projeto ganhe continuidade rumo a Mara Rosa, consolidando um marco no desenvolvimento regional. A mobilização indica que o Brasil aposta alto no potencial transformador dessa ferrovia para o país e para sua integração continental.