Na última segunda-feira (7), a BR-101, em Itamaraju, no Extremo Sul da Bahia, foi palco de um tenso protesto indígena que interrompeu completamente a rodovia. O motivo do bloqueio foi a prisão do cacique Suruí Pataxó, um ato que ganhou fortes contornos depois que uma empresária, tentando furar o bloqueio, teve seu caminhão destruído pelos manifestantes.

Segundo relatos da própria vítima, a empresária retornava de uma entrega em Eunápolis quando se deparou com o protesto. Ela conta que ao ver outro veículo liberado, acreditou que o bloqueio havia terminado e tentou passar. No entanto, foi cercada por indígenas armados com pedaços de pau, lanças e outros objetos, que logo a retiraram do caminhão. O veículo foi então depredado e incendiado ali mesmo na rodovia.

A situação agravou-se ainda mais quando a mulher revelou ter sofrido agressões físicas e psicológicas durante o episódio. Sob coação, ela foi obrigada a gravar um vídeo negando ter sido agredida. Na delegacia, entretanto, detalhou o violento ataque: puxada pelos cabelos, recebeu tapas, teve o rosto marcado com urucum e foi submetida a severos constrangimentos enquanto protestos indígenas ganhavam repercussão.

O episódio reacende o debate sobre os conflitos entre comunidades indígenas e a população local, além de levantar preocupações sobre a segurança nas rodovias e a tensão crescente em torno de prisões de lideranças indígenas na Bahia.